A sul 14 de Janeiro
Um bom ano para o distrito de Bragança
O habitante do distrito de Bragança tem assistido impotente ao esvaziamento de serviços e à tendência crescente, e à primeira vista irreversível, de estancar um processo de desertificação humana e desinvestimento económico. Atente-se ao exemplo: uma das principais limitações da região nas suas justas aspirações de desenvolvimento continua a ser as acessibilidades; as sucessivas vagas de governantes em visitas ao distrito trouxeram inúmeras promessas sucessivamente incumpridas, adiadas e muitas vezes alteradas pelos diferentes Governos: as promessas saldam-se por outras tantas frustrações – somos o único distrito do país que não tem construído um quilómetro de auto-estrada.
O distrito não tem tido lideranças fortes em que os habitantes se revejam, mobilizadoras e com capacidade de reivindicação, à semelhança de outras regiões limítrofes e que têm vindo a inverter as suas condições, como serão os casos de Alberto João na Madeira, Carlos César nos Açores, estes legitimados com o poder reforçado que lhes dá o estatuto de autonomia regional; ou casos, como o de Fernando Ruas em Viseu, que têm sabido assumir lideranças pujantes em benefício dos seus conterrâneos; ou ainda um dos mais carismáticos, pelo caricato e dito não recomendável, o de Daniel Campelo, que a troco da aprovação do Orçamento de Estado levou para a sua região muitos “queijos limianos” atestados de euros por Guterres para executar boas estradas e outras benfeitorias.
Os deputados do distrito têm desempenhado o papel, comum a quase todos os outros, isto é, pouco mais que “comissários políticos”, aparentemente dependentes de lógicas partidárias e ou governamentais, pautando o seu desempenho, quando na bancada que apoia o governo, de forma a atenuar o possível descontentamento das populações; ou, na oposição, clamarem, sem um discurso coerente e consistente, pelo esquecimento do governo central, esquecendo as práticas exactamente iguais que o seu partido, anteriormente no governo da nação, implementara. Esta é um desempenho que se repete, rotineiro e previsível a que os naturais, habitualmente, não dão importância porque despido de pouco crédito.
Os senhores presidentes da câmara não diferem muito desta lógica, acrescida de não retirarem os olhos do seu quintal, por isso mesmo prescindem da união de esforços para implementar políticas concertadas, apoiadas em projectos comuns e decisivos para o desenvolvimento da região. Cada concelho construiu o seu parque de lazer ou o seu campo de futebol. Repete-se agora com a construção da sua piscina municipal, da sua casa da cultura…
Este é, pois, um ciclo que se renova sem grandes mudanças desde há muitos anos a esta parte, com a excepção protagonizada pelo engenheiro Camilo de Mendonça, gerador do projecto megalómano e inconsequente do Cachão. As figuras recentes mais proeminentes foram os casos de Duarte Lima e Armando Vara que conseguiram capitalizar uma outra sinergia de desenvolvimento, mas que rapidamente defraudaram as expectativas criadas.
A região e o país necessitam de um nordeste transmontano habitado, desenvolvido e vigoroso e isso consegue-se com investimento público, vontade e empenho de todos os naturais, consciência regional que interaja com as regiões limítrofes, incluídas as do país vizinho. Para tudo isto se concretizar é necessária uma nova mentalidade: dos lideres locais e regionais libertos dos espartilhos partidários, com competência e capacidade para abandonar a política centrada no seu “quintal” exigindo-se, agora, projectos com âmbito supra-municipal; dos agentes económicos para que abandonem de vez a subserviência e subsidiariedade estatal e tenham vontade própria e capacidade de risco. Pedem-se ainda centralidades fortes e elas podem e devem ser Mirandela e Bragança (porque não também Macedo) – o distrito só tem a ganhar se tiver maiores e melhores cidades.
O tempo urge. O distrito de Bragança precisa de um grande ano de 2007.
Um Bom Ano!...
O habitante do distrito de Bragança tem assistido impotente ao esvaziamento de serviços e à tendência crescente, e à primeira vista irreversível, de estancar um processo de desertificação humana e desinvestimento económico. Atente-se ao exemplo: uma das principais limitações da região nas suas justas aspirações de desenvolvimento continua a ser as acessibilidades; as sucessivas vagas de governantes em visitas ao distrito trouxeram inúmeras promessas sucessivamente incumpridas, adiadas e muitas vezes alteradas pelos diferentes Governos: as promessas saldam-se por outras tantas frustrações – somos o único distrito do país que não tem construído um quilómetro de auto-estrada.
O distrito não tem tido lideranças fortes em que os habitantes se revejam, mobilizadoras e com capacidade de reivindicação, à semelhança de outras regiões limítrofes e que têm vindo a inverter as suas condições, como serão os casos de Alberto João na Madeira, Carlos César nos Açores, estes legitimados com o poder reforçado que lhes dá o estatuto de autonomia regional; ou casos, como o de Fernando Ruas em Viseu, que têm sabido assumir lideranças pujantes em benefício dos seus conterrâneos; ou ainda um dos mais carismáticos, pelo caricato e dito não recomendável, o de Daniel Campelo, que a troco da aprovação do Orçamento de Estado levou para a sua região muitos “queijos limianos” atestados de euros por Guterres para executar boas estradas e outras benfeitorias.
Os deputados do distrito têm desempenhado o papel, comum a quase todos os outros, isto é, pouco mais que “comissários políticos”, aparentemente dependentes de lógicas partidárias e ou governamentais, pautando o seu desempenho, quando na bancada que apoia o governo, de forma a atenuar o possível descontentamento das populações; ou, na oposição, clamarem, sem um discurso coerente e consistente, pelo esquecimento do governo central, esquecendo as práticas exactamente iguais que o seu partido, anteriormente no governo da nação, implementara. Esta é um desempenho que se repete, rotineiro e previsível a que os naturais, habitualmente, não dão importância porque despido de pouco crédito.
Os senhores presidentes da câmara não diferem muito desta lógica, acrescida de não retirarem os olhos do seu quintal, por isso mesmo prescindem da união de esforços para implementar políticas concertadas, apoiadas em projectos comuns e decisivos para o desenvolvimento da região. Cada concelho construiu o seu parque de lazer ou o seu campo de futebol. Repete-se agora com a construção da sua piscina municipal, da sua casa da cultura…
Este é, pois, um ciclo que se renova sem grandes mudanças desde há muitos anos a esta parte, com a excepção protagonizada pelo engenheiro Camilo de Mendonça, gerador do projecto megalómano e inconsequente do Cachão. As figuras recentes mais proeminentes foram os casos de Duarte Lima e Armando Vara que conseguiram capitalizar uma outra sinergia de desenvolvimento, mas que rapidamente defraudaram as expectativas criadas.
A região e o país necessitam de um nordeste transmontano habitado, desenvolvido e vigoroso e isso consegue-se com investimento público, vontade e empenho de todos os naturais, consciência regional que interaja com as regiões limítrofes, incluídas as do país vizinho. Para tudo isto se concretizar é necessária uma nova mentalidade: dos lideres locais e regionais libertos dos espartilhos partidários, com competência e capacidade para abandonar a política centrada no seu “quintal” exigindo-se, agora, projectos com âmbito supra-municipal; dos agentes económicos para que abandonem de vez a subserviência e subsidiariedade estatal e tenham vontade própria e capacidade de risco. Pedem-se ainda centralidades fortes e elas podem e devem ser Mirandela e Bragança (porque não também Macedo) – o distrito só tem a ganhar se tiver maiores e melhores cidades.
O tempo urge. O distrito de Bragança precisa de um grande ano de 2007.
Um Bom Ano!...
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